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Publicado  quinta-feira, 8 de setembro de 2011


Não culpe a lactose
setembro 8, 2011
Em muitos relatos que recebemos diariamente, vemos que a lactose acabou tornando-se a vilã das crianças. Mas a história não é bem assim. Analisamos três relatos que recebemos para esclarecer fatos importantes sobre as diferenças entre lactose e proteínas do leite.
“Meu bebê de 8 meses tem alergia à lactose. Já dei leite de cabra pra ele e mesmo assim ele não melhora. O médico pediu que eu parasse de consumir leite e derivados para continuar a amamentá-lo.”
Epa! Neste relato temos várias questões a serem abordadas:
1. Não existe ALERGIA À LACTOSE.
2. Digamos que a mãe que relata o fato, tenha se confundido e dito alergia ao invés de intolerância. Até aí, sem problemas, mas a principal questão que está em jogo é o que vem logo após. Se o problema do bebê é relacionado à LACTOSE, leite de cabra não poderia ser uma alternativa. O leite de cabra, assim como o de vaca e de todos os animais, contém lactose. Até mesmo o leite humano contém lactose, e em grande quantidade.
3. Se o médico sugeriu a retirada do leite de vaca e seus derivados da dieta da mãe, é sinal que ele deve estar procurando o alimento alérgeno que está causando os sintomas no bebê. Mas novamente vamos lembrar que se o problema do bebê fosse relacionado à LACTOSE, essa conduta não adiantaria em nada, pois ao continuar a amamentar a criança, ela estaria ingerindo lactose. Isso nos leva a crer que o problema não seria a LACTOSE, mas sim, a PROTEÍNA DO LEITE DE VACA. Ao retirar o leite e derivados da dieta da mãe, o leite materno ficará isento de proteínas do leite de vaca.
O mais importante é entender que LACTOSE e PROTEÍNA LÁCTEA são substâncias distintas e que o diagnóstico correto é fundamental para um tratamento adequado.
“Tenho um filho de 3 anos que tem bronquite. Os médicos dizem que ele tem alergia ao leite. Se eu der apenas alimentos com baixo teor de lactose vai fazer algum mal?”
Sim!! Alimentos com baixo teor de lactose, são alimentos onde apenas a lactose foi retirada. As proteínas lácteas, que desencadeiam reações alérgicas, estão intactas no alimento. Por causa dessas confusões, vemos muitos pais querendo oferecer alimentos lácteos (iogurtes, queijos, leites) sem lactose ou com baixo teor de lactose para crianças com alergia às proteínas do leite de vaca. Um alimento elaborado com leite animal, sem lactose, ainda sim conterá proteínas.
“Descobri há um ano que meu filho era alérgico à lactose. Os sintomas apareceram com fortes crises de sinusites e tosses com muita secreções. Sua garganta chega a quase fechar. Ele tem apenas 4 anos e é dependente de antialérgicos por causa da sua alergia. Está sendo muito dificil pra mim, como mãe, ver meu filho chorar querendo bolachas e eu ter que negar. Gostaria de saber quais bolachas não contêm lactose para que eu possa comprá-las.”
Cuidado! Apesar de no relato a mãe mencionar que o problema de saúde de seu filho é relacionado à LACTOSE, é muito possível que esteja havendo um engano, já que a lactose não causa sintomas de alergia e tão pouco devem ser administrados antialérgicos em casos de IL. O mais provável é que a criança tenha APLV (alergia às proteínas do leite de vaca) e neste caso, a mãe deve analisar se os biscoitos que ela deseja oferecer ao seu filho contêm leite ou traços de leite, e não verificar se eles contêm ou não lactose.
Relatos como esses esses e muitos outros nos mostram o quanto lactose e proteína láctea ainda são confundidas e apontam para um potencial risco de piorar o estado de saúde de crianças alérgicas ao leite. Se o seu filho tem APLV, leia sempre os rótulos dos produtos e consulte o SAC do fabricante. Este serviço está disponível para esclarecer esses e outros detalhes ao consumidor. Além disso, a sua consulta é importante para que as empresas observem a importância dessas informações.
Luciane é graduada em Letras e pós-graduada em Marketing. Sócia da Mercage Design & Comunicação, atua nas áreas de design e comunicação digital. Depois de consultar diversos médicos, descobriu sua intolerância à lactose. Sua paixão pela culinária a levou a criar e adaptar receitas, substituindo ingredientes e experimentando novos sabores. Em 2007, após ampla pesquisa sobre o tema, Luciane criou o Semlactose.com e, desde então, atua como editora e administradora do site, sempre em busca de novidades na área. Luciane reside em Brasília, DF.

Luciane Baldo

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